sábado, 18 de junho de 2011

O ser escritor


... E de repente encontramos o nosso refúgio: um lugar onde nos abrigamos sem medo, perdendo-se nas linhas da arte para se encontrar - a lei do contraste poético. Assim somos nós: escritores da vida. Não é fácil - talvez seja até impossível - descrever em toda essência o que é ser Escritor, mesmo porque ele é um ser que abriga vários outros seres dentro de si, e que ninguém vê enquanto não é materializado em seus escritos. Mas como nasce esse artista? Acredito - essas crenças são minhas e nego mudá-las enquanto assim me convir - que as palavras já nascem com eles e um dia simplesmente saem, assim, sem nenhuma explicação. Como prender dentro de si algo que tem vida própria? Impossível! Basta saber o que acontece depois que essas palavras saem voando na atmosfera do desconhecido: Serão elas que moldam o artista? Ou o artista que as molda? Disso não sei. É como aquela pergunta do ovo e da galinha: qual nasceu primeiro? Cada um tem sua tese. Não há manual que consiga explicar o Ser escritor, pois o escritor é um Ser que perambula em um universo enigmático, que só ele conhece, só ele ama, só ele vive, só ele mata. O ser escritor é rima misturada ao choro, alegria misturada à poesia. O ser escritor é abrigar vários personagens - eis aqui a resposta do porquê existirem tantos heterônimos de Fernando Pessoa: talvez ele quisesse libertar os vários "eus" que viviam dentro dele. O ser escritor é mais que SER. É sentir, viver, tocar, apanhar as palavras e fazer delas um banquete ao universo literário.

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