Sinta o gosto amargo do veneno A pálida face, os calafrios Respire fundo e perceba Que os portões pulmonares se fecham Sufoca-te o ar. Dilata as pupilas As mãos trêmulas pedem socorro O amargo fel do veneno Mistura-se ao sombrio e cruel Desespero daquilo que se perde Veja uma luz vaga ao longe Ouves algo? Vozes talvez? São lembranças que acusam Os sonhos estrangulados na infância
Um beijo encharcado de morte Rápido, fatal Mas não morres do veneno Um cadáver já habitava em ti E só agora pediu a licença E a morte se oficializa Só foi preciso um beijo Nada mais.